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Não há dúvidas de que os sapatos são uma das grandes paixões
femininas. A preocupação
com o adorno dos pés acompanha a humanidade desde períodos
pré-históricos. Os
calçados chamam a atenção a ponto de passarem uma forte
impressão sobre a posição
social e econômica de quem os usa. Nada mais desagradável do
que um pé mal calçado,
mesmo que se esteja vestindo uma roupa de milhares de
dólares.
Os pés são, além de ponto estético, uma área de grande
sensualidade em todas as culturas.
Freud postulava que o sapato feminino simboliza a vagina. O
ato de calçar os sapatos,
portanto, seria uma simbologia do ato sexual. Estudos
mostram que há pinturas em
cavernas da França e da Espanha indicando a existência de
calçados já em 10.000 a.C. No
Egito antigo, por volta de 3.100 a.C. a 32 a.C., apenas os
nobres usavam sandálias de couro.
Os Faraós usavam sandálias deste tipo adornadas com ouro. Os
Etruscos que dominaram
toda a região leste da Itália por volta de 4.000 anos atrás,
usavam botas altas, amarradas,
com pontas viradas, uma clara evidência da importância de
uma suposta moda, uma vez
que o clima quente da região tornava o uso de botas
desnecessário e até desconfortável. Já
os gregos antigos, chegaram a usar um modelo diferente em
cada pé e demonstravam a
importância do calçado na sociedade da época: não se usavam
sandálias dentro de casa,
mas em público elas eram indispensáveis.
Um símbolo de poder e posição social, os sapatos eram
símbolos de poder também na
tradição anglo-saxã, onde na ocasião da cerimônia
matrimonial, o pai da noiva entregava ao
noivo um pé de sapato da filha simbolizando a transferência
de autoridade. Durante o
Império Romano os calçados denunciavam a classe ou grupo
social do indivíduo. Os
senadores utilizavam sapatos em cor marrom, em modelos que
amarravam na panturrilha
por quatro tiras de dois nós. Os cônsules usavam o branco, e
os calçados das legiões eram
as botas de cano curto. Mulheres calçavam sapatos brancos,
vermelhos, verdes ou amarelos.
Na Idade Média a maioria dos sapatos tinha a forma das
atuais sapatilhas e eram feitos de
couro. Nobres e cavaleiros usavam botas de melhor qualidade.
O rei Eduardo (1272-1307),
da Inglaterra, padronizou a numeração dos sapatos. No mesmo
país, em 1642, há o registro
da primeira produção "em massa" de sapatos em todo
o mundo: Thomas Pendleton fez
quatro mil pares de sapatos e seiscentos pares de botas para
o Exército. Os sapatos e
sandálias com plataformas, tão em moda nos dias de hoje,
existem desde o século XV.
Chamados por chapins podiam chegar a alturas absurdas de até
65cm. No século XVI, na
Inglaterra, foi promulgada uma lei que permitia ao marido
anular o casamento se a noiva
falsificasse sua altura usando chapins durante a cerimônia.
Dizem que foi Catarina de
Médici quem inventou os sapatos de salto alto, já que,
delicada e mignon, encomendou
sapatos com altos saltos para parecer mais magra e alta
durante a cerimônia de seu
casamento com Henrique II.
Durante a Revolução Industrial, no início no século XVIII,
na Inglaterra, as máquinas
passaram a produzir calçados em larga escala. Nas décadas de
1880 a 1890, a decência e o
decoro demandavam que as damas usassem sapatos de cor
escura. Até o ano de 1822 os
dois pés do sapato eram iguais. Foi neste ano que sapateiros
norte-americanos criaram o
sapato torto, em que o pé direito é diferente do pé
esquerdo. Isto tornou a moda dos pés
muito mais confortável. Sem dúvida os sapatos tiveram até aí
sua grande importância de
cunho social e até moral. No século XX, novos materiais,
técnicas e tecidos entram na
produção, que passou a ser setorizada entre design,
modelagem, confecção, distribuição,
entre outros.
Foi nesse período (meados de 1900), que os sapatos deixaram
de ser fabricados por simples
artesãos e surgiu o novo personagem da moda, o bottier, ou
sapateiro, e/ou melhor ainda, o
designer de sapatos. No que diz respeito a design, neste
século surgiram inúmeras
possibilidades de saltos e propostas de sapatos, sapatilhas,
sandálias, mules e botas, entre
tantos mais, de diversos materiais. Além disso, a
necessidade dos atletas de obterem um
melhor desempenho em competições originou um novo segmento
na indústria, voltado aos
esportes, e que possibilitou a criação de tênis
tecnológicos, que invadiram o vestuário de
todos grupos sociais. A explosão da moda entre o público
médio, à partir dos anos 80,
também possibilitou um aumento no número de pessoas que
passaram a consumir calçados
de grife. Tanto os mais simples quanto aqueles assinados por
grandes estilistas, que
contribuíram ainda mais para a ascensão dos sapatos à
condição de verdadeiros artigos de
luxo.
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