domingo, 28 de julho de 2013

HISTÓRIA DO SAPATO FEMININO





Não há dúvidas de que os sapatos são uma das grandes paixões femininas. A preocupação
com o adorno dos pés acompanha a humanidade desde períodos pré-históricos. Os
calçados chamam a atenção a ponto de passarem uma forte impressão sobre a posição
social e econômica de quem os usa. Nada mais desagradável do que um pé mal calçado,
mesmo que se esteja vestindo uma roupa de milhares de dólares.
Os pés são, além de ponto estético, uma área de grande sensualidade em todas as culturas.
Freud postulava que o sapato feminino simboliza a vagina. O ato de calçar os sapatos,
portanto, seria uma simbologia do ato sexual. Estudos mostram que há pinturas em
cavernas da França e da Espanha indicando a existência de calçados já em 10.000 a.C. No
Egito antigo, por volta de 3.100 a.C. a 32 a.C., apenas os nobres usavam sandálias de couro.
Os Faraós usavam sandálias deste tipo adornadas com ouro. Os Etruscos que dominaram
toda a região leste da Itália por volta de 4.000 anos atrás, usavam botas altas, amarradas,
com pontas viradas, uma clara evidência da importância de uma suposta moda, uma vez
que o clima quente da região tornava o uso de botas desnecessário e até desconfortável. Já
os gregos antigos, chegaram a usar um modelo diferente em cada pé e demonstravam a
importância do calçado na sociedade da época: não se usavam sandálias dentro de casa,
mas em público elas eram indispensáveis.
Um símbolo de poder e posição social, os sapatos eram símbolos de poder também na
tradição anglo-saxã, onde na ocasião da cerimônia matrimonial, o pai da noiva entregava ao
noivo um pé de sapato da filha simbolizando a transferência de autoridade. Durante o
Império Romano os calçados denunciavam a classe ou grupo social do indivíduo. Os
senadores utilizavam sapatos em cor marrom, em modelos que amarravam na panturrilha
por quatro tiras de dois nós. Os cônsules usavam o branco, e os calçados das legiões eram
as botas de cano curto. Mulheres calçavam sapatos brancos, vermelhos, verdes ou amarelos.
Na Idade Média a maioria dos sapatos tinha a forma das atuais sapatilhas e eram feitos de
couro. Nobres e cavaleiros usavam botas de melhor qualidade. O rei Eduardo (1272-1307),
da Inglaterra, padronizou a numeração dos sapatos. No mesmo país, em 1642, há o registro
da primeira produção "em massa" de sapatos em todo o mundo: Thomas Pendleton fez
quatro mil pares de sapatos e seiscentos pares de botas para o Exército. Os sapatos e
sandálias com plataformas, tão em moda nos dias de hoje, existem desde o século XV.
Chamados por chapins podiam chegar a alturas absurdas de até 65cm. No século XVI, na
Inglaterra, foi promulgada uma lei que permitia ao marido anular o casamento se a noiva
falsificasse sua altura usando chapins durante a cerimônia. Dizem que foi Catarina de
Médici quem inventou os sapatos de salto alto, já que, delicada e mignon, encomendou
sapatos com altos saltos para parecer mais magra e alta durante a cerimônia de seu
casamento com Henrique II.
Durante a Revolução Industrial, no início no século XVIII, na Inglaterra, as máquinas
passaram a produzir calçados em larga escala. Nas décadas de 1880 a 1890, a decência e o
decoro demandavam que as damas usassem sapatos de cor escura. Até o ano de 1822 os
dois pés do sapato eram iguais. Foi neste ano que sapateiros norte-americanos criaram o
sapato torto, em que o pé direito é diferente do pé esquerdo. Isto tornou a moda dos pés
muito mais confortável. Sem dúvida os sapatos tiveram até aí sua grande importância de
cunho social e até moral. No século XX, novos materiais, técnicas e tecidos entram na
produção, que passou a ser setorizada entre design, modelagem, confecção, distribuição,
entre outros.
Foi nesse período (meados de 1900), que os sapatos deixaram de ser fabricados por simples
artesãos e surgiu o novo personagem da moda, o bottier, ou sapateiro, e/ou melhor ainda, o
designer de sapatos. No que diz respeito a design, neste século surgiram inúmeras
possibilidades de saltos e propostas de sapatos, sapatilhas, sandálias, mules e botas, entre
tantos mais, de diversos materiais. Além disso, a necessidade dos atletas de obterem um
melhor desempenho em competições originou um novo segmento na indústria, voltado aos
esportes, e que possibilitou a criação de tênis tecnológicos, que invadiram o vestuário de
todos grupos sociais. A explosão da moda entre o público médio, à partir dos anos 80,
também possibilitou um aumento no número de pessoas que passaram a consumir calçados
de grife. Tanto os mais simples quanto aqueles assinados por grandes estilistas, que
contribuíram ainda mais para a ascensão dos sapatos à condição de verdadeiros artigos de
luxo.

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